domingo, 1 de junho de 2014

Deixa o outro saber se te prepara um café ou um canto no armário.


Talvez seja esse o princípio do volúvel... Tudo que está fadado a terminar torna-se vulnerável a qualquer oscilação de humor ou amor...  Mas.. Amor oscila? Não, amor permanece, amor não perece, amor continua seguindo suas mil transmutações dentro do mesmo contexto, vezes maior, quente, outras mais sutil. Mas permanece e a gente não sabe se é amor até arriscar.
O infinito de tentativa e erro.. até o fim, resume-se a isso.. fim é não perecer. O fim é o começo do infinito, do que vai estar sempre. O fim que me refiro é o fim das tentativas e erros, é encontrar o que não acaba.
O que não pode é desistir, parar de tentar por medo de doer de novo.. Tem que tentar e errar até o fim, até achar o que vai ficar para sempre.
Por isso a coragem é ingrediente fundamental, por isso não podemos dormir com um sentimento entalado na garganta, que não desce pro peito e nem sai. Fica entalado, incomodando.
Verbalizar o sentimento, jogar pro universo, declarar, demonstrar...  O "não" todos nós já temos e "não" é difícil de digerir, machuca.. mas só  magoa se vier junto com rejeição e se passarmos a enxergar o outro como um ser livre e também humano, e também mortal, e com mil dúvidas, incertezas, defeitos e convicções, perceberemos que não se trata de rejeição, se houve o não, se a história não aconteceu, por mais redundante que pareça: Não era pra ser... Se não é para ser, não será e pronto. Não tem que insistir. A gente que inverte a história, justifica, vira do avesso e arranja argumento pra continuar insistindo. O "não" é tão importante quanto o "sim". Cuidar do fim demonstra mais seu caráter do que o início, quando tudo são flores e a paixão nos faz achar lindo até toalha molhada na cama. Temos que perceber o 'não" à tempo e aceita-lo, respeitar a outra pessoa e a nós mesmos, seguir adiante sem mágoa, sem orgulho ferido e sem julgar o outro. Percebam que em algumas vezes, somos nós que dizemos o não. Todos temos o direito de recuar, desistir e isso não nos torna os vilões. Vilão é quem mantém uma história que já não tem para onde evoluir. Encaremos então o "não" com a maior demonstração de respeito que o outro pode ter pela gente. 
No final das contas, todos estamos a procura de uma escova de dentes pra dividir a pia do banheiro, se não foi dessa vez, vai ser numa próxima, mas se não arriscar não vai saber..
Só não vale manter relacionamentos socialmente aceitáveis mas sem frio na barriga. Não vale iludir na conquista, com declarações falsas em troca de uma boa transa. É tesão e nada mais? Deixa claro, dê ao outro o poder de decidir se quer fazer isso ou não. Não tem nada pior do que cair na real e perceber que toda aquela rasgação de seda era só pra te levar pra cama, pro sofá ou pro banco te trás do carro... A gente pode ser muito melhor que isso, a gente pode ser de verdade. Ter coragem de falar a verdade e respeitar o outro dentro de seus valores e princípios. Vai por mim, quando os dois agem sabendo as intenções um do outro, a coisa flui melhor, a entrega é maior e os dois sabem onde estão pisando.
Viver o infinito, encontrar alguém que sustente o sentimento entre defeitos e imperfeições, entre convivência, entre evolução, ser leal naturalmente, rirem juntos, serem parceiros em tudo e não soltar as mãos... Não é fácil, é um grande prêmio. Claro que não me refiro aos casais de convenção, casais lindos de propaganda de margarina e que entre quatro paredes mal se olham nos olhos... Me refiro ao grande prêmio de estar na mesma encarnação com a alma que vai nos dar a mão e evoluir junto. Quando os dois estiverem prontos para enfrentar o mundo de mãos dadas. Quando entendermos que olhar na mesma direção é mais que um termo romântico...
O volúvel existe, chega, toma um café, fica 3 noites e segue em frente e a gente nunca vai saber se ele ia se instalar na nossa vida, se não pusermos a mesa pra esse primeiro café. Taí a razão de eu insistir que deixar tudo sempre claro é a melhor opção. Deixa o outro saber se ele te prepara um café ou um canto no armário.