sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Quanto tempo leva para conhecer alguém?

Nos tempos atuais, com os facilitadores que a tecnologia dispõe, fica muito fácil encontrar pessoas, mas tudo acontece tão rápido que na verdade, ninguém chega a se conhecer. A gente só olha as capas, como se fôssemos aquelas pessoas que colecionam livros que nunca chegam a ler.
Então começamos a culpar os outros, dizendo que está faltando “conteúdo” nas pessoas, quando na verdade o que falta é “disposição” para chegarmos até o 2° capítulo.
Não julgo e nem culpo ninguém, porque se refletirmos, a oferta é grande, é uma grande livraria em liquidação. Mal começamos a ler um livro, já tem um outro super interessante aguardando para ser folheado.
É triste, mas estamos aplicando isso uns aos outros.
Tudo bem que tem gente que não dá vontade de ver nem a contracapa, mas por outro lado, com essa facilidade em encontrar pessoas, a gente está também bastante intolerante. As pessoas não podem falhar, não podem ter um dia ruim, não podem não responder uma mensagem que já são substituídas... nos tornamos descartáveis.
Na dúvida, descarta e substitui. Esse é o novo lema.
Por isso os relacionamentos não vingam, porque na verdade, eles não chegam nem a acontecer. Os laços não se formam.
Vivemos atualmente o solitário mundo dos encontros relâmpago. Primeiro tem o clarão no céu, depois o barulho e fim... as vezes nem chega a chover.




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

As vezes é preciso ir embora no melhor da festa.


É preciso coragem para domar os instintos da pele para preservar nossa própria ideologia.
É preciso coragem para dosar sentimentos crescentes e irracionais e seguir em frente, mantendo a paz de espírito de quem fez a escolha certa.
É preciso coragem para não definir o que é certo por padrões morais, mas sim, por sentimentos de amor e respeito ao próximo.
É preciso coragem para abdicar do que seu corpo grita e silenciar toda confusão de vozes, ouvindo apenas o que vai trazer paz.
É preciso coragem para fazer escolhas e renuncias.

É preciso coragem para domar a si mesmo.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Será que a gente ainda merece mais uma chance?

Hoje ela vai sair para beber com os amigos, ele provavelmente vai encontrar os dele. A vida segue, afinal, hoje é sexta-feira e todos tem "obrigação" de ser feliz, pelo menos na sexta...
Ela vai se divertir e ele também, podem até terminar a noite acompanhados, mas por trás do sorriso largo, o coração aperta, bate saudade, a vontade que bate não é daquela pessoa que está ali tão acessível... É difícil filtrar e decidir o próximo passo. Difícil descomplicar e arriscar mais uma vez. Já foram tantas negativas... A gente acaba evitando o "não" sem nos darmos conta que é exatamente o "não" que estamos vivenciando... Daí, com esse medo que esmaga o coração, a gente segue a vida, tocando o barco sem dar muita importância para a direção, sendo feliz de algum jeito, mas abrindo mão "daquela" risada que tá com saudade de ouvir, só pra não correr o risco de mais uma negativa... E o pior é que a vida segue mesmo, sempre segue e a gente arruma um jeito de ser feliz sim, mas lá no fundo, cada um sabe a falta que o outro tá fazendo.... aí me pergunto: Toda essa "auto-preservação" paga a conta da dúvida de como teria sido?

domingo, 1 de junho de 2014

Deixa o outro saber se te prepara um café ou um canto no armário.


Talvez seja esse o princípio do volúvel... Tudo que está fadado a terminar torna-se vulnerável a qualquer oscilação de humor ou amor...  Mas.. Amor oscila? Não, amor permanece, amor não perece, amor continua seguindo suas mil transmutações dentro do mesmo contexto, vezes maior, quente, outras mais sutil. Mas permanece e a gente não sabe se é amor até arriscar.
O infinito de tentativa e erro.. até o fim, resume-se a isso.. fim é não perecer. O fim é o começo do infinito, do que vai estar sempre. O fim que me refiro é o fim das tentativas e erros, é encontrar o que não acaba.
O que não pode é desistir, parar de tentar por medo de doer de novo.. Tem que tentar e errar até o fim, até achar o que vai ficar para sempre.
Por isso a coragem é ingrediente fundamental, por isso não podemos dormir com um sentimento entalado na garganta, que não desce pro peito e nem sai. Fica entalado, incomodando.
Verbalizar o sentimento, jogar pro universo, declarar, demonstrar...  O "não" todos nós já temos e "não" é difícil de digerir, machuca.. mas só  magoa se vier junto com rejeição e se passarmos a enxergar o outro como um ser livre e também humano, e também mortal, e com mil dúvidas, incertezas, defeitos e convicções, perceberemos que não se trata de rejeição, se houve o não, se a história não aconteceu, por mais redundante que pareça: Não era pra ser... Se não é para ser, não será e pronto. Não tem que insistir. A gente que inverte a história, justifica, vira do avesso e arranja argumento pra continuar insistindo. O "não" é tão importante quanto o "sim". Cuidar do fim demonstra mais seu caráter do que o início, quando tudo são flores e a paixão nos faz achar lindo até toalha molhada na cama. Temos que perceber o 'não" à tempo e aceita-lo, respeitar a outra pessoa e a nós mesmos, seguir adiante sem mágoa, sem orgulho ferido e sem julgar o outro. Percebam que em algumas vezes, somos nós que dizemos o não. Todos temos o direito de recuar, desistir e isso não nos torna os vilões. Vilão é quem mantém uma história que já não tem para onde evoluir. Encaremos então o "não" com a maior demonstração de respeito que o outro pode ter pela gente. 
No final das contas, todos estamos a procura de uma escova de dentes pra dividir a pia do banheiro, se não foi dessa vez, vai ser numa próxima, mas se não arriscar não vai saber..
Só não vale manter relacionamentos socialmente aceitáveis mas sem frio na barriga. Não vale iludir na conquista, com declarações falsas em troca de uma boa transa. É tesão e nada mais? Deixa claro, dê ao outro o poder de decidir se quer fazer isso ou não. Não tem nada pior do que cair na real e perceber que toda aquela rasgação de seda era só pra te levar pra cama, pro sofá ou pro banco te trás do carro... A gente pode ser muito melhor que isso, a gente pode ser de verdade. Ter coragem de falar a verdade e respeitar o outro dentro de seus valores e princípios. Vai por mim, quando os dois agem sabendo as intenções um do outro, a coisa flui melhor, a entrega é maior e os dois sabem onde estão pisando.
Viver o infinito, encontrar alguém que sustente o sentimento entre defeitos e imperfeições, entre convivência, entre evolução, ser leal naturalmente, rirem juntos, serem parceiros em tudo e não soltar as mãos... Não é fácil, é um grande prêmio. Claro que não me refiro aos casais de convenção, casais lindos de propaganda de margarina e que entre quatro paredes mal se olham nos olhos... Me refiro ao grande prêmio de estar na mesma encarnação com a alma que vai nos dar a mão e evoluir junto. Quando os dois estiverem prontos para enfrentar o mundo de mãos dadas. Quando entendermos que olhar na mesma direção é mais que um termo romântico...
O volúvel existe, chega, toma um café, fica 3 noites e segue em frente e a gente nunca vai saber se ele ia se instalar na nossa vida, se não pusermos a mesa pra esse primeiro café. Taí a razão de eu insistir que deixar tudo sempre claro é a melhor opção. Deixa o outro saber se ele te prepara um café ou um canto no armário. 


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Como cobrar do outro constância se mesmo eu, me canso de mim?

....Me cansa perder a hora.... cansa não me levar a sério... me cansa chorar só um dia e passar todos os demais rindo até doer a barriga....me cansa tanta felicidade.
...Me canso de gostar tanto de mim e assim exigir que todos gostem.... Me castiga acreditar que meus defeitos são relevantes e o que mais perturba os outros é minha insana paixão..... Cansa me apaixonar coditianamente, por um prato, um lugar, um cheiro, um beijo, um olhar, um canto, um encanto, uma praia, um pôr do sol, uma mensagem, um oi, uma bronca, um novo sonho, um amanhecer, uma banda nova, um menino lindo, uma alma reencontrada...
Me canso de cansar de mim, enjôo dessa ânsia pelo sempre mais...me afogo na minha piscina cheia então percebo...NÃO... ainda não estou pronta, ainda não me encontrei, não achei o equilíbrio da balança e quando me ajoelho não sei ao certo para quem rezar...

...então me cansa cansar de mim, porque ainda tenho muito que andar...

Não sei nem exatamente quem eu sou...e me transbordo em mim buscando loucamente alguém pra dividir um pouco de interrogação...um pouco do abraço cansado....um beijo roubado cansado de esperar e só depois dá-lo devagar...

 Ando por aí cansada de mim, cansada de cansar.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

 
Salvador, 01:51h am, 25 de janeiro de 2013

E de tanta intensidade e ânsia de ser feliz, passaram-se meses ao invés de semanas, e tudo pareceu maior do que realmente o foi.

No final, todos queremos sim um ombro pra chamar de meu... um abraço pra calar as lágrimas... uma boca para desejar o beijo.

No final, outras pessoas vão nos encantar, tão ou mais intensamente e também vai doer, tão, ou mais cortante... e a vida vai continuar seguindo, entre tombos e tropeços, entre momentos únicos e histórias esquecíveis.

O que não se pode é perder a esperança, é deixar de acreditar. Não se pode perder a Fé e nem deixar de procurar pelas respostas.. Não se pode culpar o outro e nem julgar certo ou errado...

Na verdade não se pode tentar entender e sim sentir, porque entendimento e sentimento não ocupam o mesmo lugar no espaço.

Sinta...

Viva...

Inspire...

Acredite...

e nunca perca a sua Fé.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Até o NADA tem que ser rotulado para que de fato não o seja.

A contraditória liberdade resignada.
Ser realmente livre, é não se prender a (pre)conceitos.. Ao mesmo tempo que estamos pregando a liberdade em nome de não rotular as relações, estamos julgando e rotulando o comportamento uns dos outros. E o mais doente nisso, é estereotipar um outro ser humano através de redes sociais. Uma verdadeira faca de dois gumes, de um lado o locutor oferecendo o que lhe convém,  do outro, o interlocutor acreditando no que convier ao seu ego ...

É impressão minha ou não vamos mais conhecer uma outra pessoa pela convivência e experiência vivenciada? Está fora de moda ou fora de controle?
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O que se escreve pode ter um milhão de outros significados que não envolvam diretamente ninguém a não ser o próprio autor essa é a maravilha da forma escrita... por outro lado, não se pode analisar uma frase pronta, um desabafo ou piada como fator determinante da personalidade de alguém... O coerente seria não rotular ninguém nem nada, mas quanto julgamento antecipado ainda vai acontecer, quanta chuva de verão e fogo de palha serão necessários até que percebamos estar perdendo o melhor da festa?

Temos que parar de ler só o título, de olhar apenas as fotos e começar a entender o texto inteiro.

Fulano escreveu sobre vitória, deve estar conquistando algo.. ciclano escreveu sobre falsidade, deve ter se aborrecido com algum outro ser humano que por sua vez está sendo crucificado por SER humano...
Já beltrano anda falando muito de amor, deve estar apaixonado.. aí sim acumulam-se telespectadores  abutres ansiosos pelas frases tristes e decepcionadas demosntrando o fim do romance relâmpago.

Esse tipo de "relacionamento" eu também não quero rotular no meu histórico. Me sinto tão perdida em meio a toda essa DR virtual que sinto ímpetos de ir à papelaria mais próxima comprar etiquetas pra deixar pré-definidas e facilitar esse processo de produção em série de relacionamentos.

Mas minha revolta hoje, não é pelo relacionamento em si, é pelo NÃO relacionamento, é por tantas histórias que vejo escaparem entre os dedos como areia, simplesmente porque uma ou outra pessoa, demonstrou sentimento ou frieza demais... As pessoas estão sendo avaliadas pelo número de curtidas, ou pela quantidade de dias sem curtir nada... Sinceramente? Muita coisa acontece na distância entre o dedo e o mouse... O click-click-click frenético dos teclados está mais entusiástico que o descompassado tu-tuc-tu-tuc-tu-tuc seguido de frio no estômago que um encontro causa... e não necessariamente um encontro, as vezes um toque de telefone  rouba o fôlego para o Alô, bem no estilo Ira, anos 80.

Antes mesmo que as coisas virem coisas, elas ganham status virtuais que lhe roubam o protagonismo na história.. Mais uma vez aceleramos tanto os processos que o antes já virou depois, e o agora foi atropelado... Perde-se o sentido, perde-se o entendimento, perde-se o interesse, a pressa em se saber o que é, tira qualquer possibilidade de tentar ser alguma outra coisa que não um nada rotulado.