Que delícia, ainda são onze e quarenta...
nem meia noite ainda, ou seja: posso desfrutar dos meus delírios sem culpa por
estar atravessando a madrugada no universo paralelo...
Eu tenho um ponto de vista
otimista quanto aos status de relacionamento que vejo mudar nessa nossa era
digital...
É engraçado, talvez cruel da
minha parte, mas o que eu chamo de otimismo, é aquela certeza de que aquele recém-inaugurado
“namoro” ou ”relacionamento sério” VAI voltar para solteiro, junto com algumas
postagens vezes bem bravas e indignadas, outras já em tom de comemoração, mas
todas, vão aparecer alguns meses, as vezes dias após a alteração de status...
Ah sim, você se pergunta: e o que tem de otimista nisso???
Tem a ESPERANÇA que vem logo a
seguir.... Tem a esperança de que há mais como eu, aí fora....esperança de que
existam mais pessoas que ainda acreditam no amor.
Eu assisto alguns
relacionamentos terminarem e me ABALO... TIPO: ” perdemos mais um.” Aí assisto quem
terminou, em silêncio, amuado pelo julgamento alheio...e vejo do outro lado o
coração partido enfiando o pé da jaca...
- Estamos querendo provar o que para quem? Oi, eu não sofro, eu tomo
Smirnoff... Gente, a dor dói, seja antes
da vodca ou na hora da RESSACA... nada muda aquele último pensamento antes de
dormir, nada.
Eu sofro, eu choro sim, mas
faço isso em território seguro, em um abraço confortável, em casa no escuro...
e passa, louca e magicamente, passa.
Minha última pesquisa de campo
revela o “corajoso de internet”, esses, começam e terminam um relacionamento
por trás das trinchas cibernéticas... Gente É muito fácil amar ONLINE... É
fácil dizer coisas bacanas, é mais fácil falar dos próprios sentimentos estando
protegido na trincheira, e acho que pelo fato de podermos falar declarada e
livremente, eles tomam proporções maiores, fantásticas... Na verdade, o que
acontece pelas telas dos computadores, deve quase que imediatamente, vir para o
real, para onde as peles se encostam com calor e cor... onde o beijo tem gosto
e acontece de verdade.... Eu não acho que toda essa coragem virtual seja ruim...
acho só que ela tem que acontecer seguida de cores e toques e olhos nos
olhos... Eu quero um amor de verdade, quero pegar na mão, quero uma mão para me
pegar, não para teclar comigo, porque no final, até nisso eu sou independente,
eu escrevo para me suprir de tantos pensamentos, para reciclar o ar do cérebro...
eu abro as janelas para entrar o sol...